Não era só Maria de Lurdes, era a Lurdinha, linda, recatada, a principio bem tímida, depois, brincalhona, sempre bem humorada, crescia e cresceu, tornando-se uma moça bonita, charmosa, cheia de amor por dentro e por fora. Apegada aos pais, já semi idosos, preferiu ser companhia a eles, e não se casou. Flertou, namorou, viajou, dançou, divertia-se, principalmente em família, onde muito se esbaldava como se fossem seus últimos dias.
Mas Deus foi muito benevolente, não só com os pais, mas com todos os familiares, dando a alegria de tê-la em nosso meio por 38 anos.
Em 1995 em viagem de férias pelo Caribe, passando por inúmeras ilhas, participando de várias programações e eventos turísticos,, Lurdinha retornou com quatro dias de antecipação, alegando dores musculares que a incomodaram.
Pressionada pela mãe, iniciou uma série de exames e testes médicos, onde se constatou um tipo raro de reumatismo, o Lúpus, cujo tratamento com especialistas logo se iniciou.
Mesmo no limiar de um novo século, esse mal ainda era tratado quase de forma experimental, e os resultados não eram os desejados. Buscou-se uma cidade onde houvesse um maior desenvolvimento e para lá rumaram. Ribeirão Preto, seria a meca de tratamentos desse problema. Em um vai e vem e volta que durou mais de um ano, Lurdinha sentia o cansaço das maratonas, e junto de sua mãe se animavam prevendo que em breve todo aquele sofrimento passaria, e seria na lembrança apenas um pesadelo indesejado.
Mas julgou Deus que seus pais já teriam convivido com ela pelo tempo necessário, e seria portanto a hora dela conviver em um outro lar, junto a Ele.
E a levou. A devastação como o fim do mundo se abatia sobre Terezinha e Toninho, seus inconsoláveis pais.
O tempo, só o tempo amenizou as lágrimas. Só o tempo trouxe o convencimento de que Lurdinha havia retornado ao Pai, e sua presença entre nós seria apenas um empréstimo por curta temporada.
Hoje está com Deus, sem nenhuma dor, sem nenhum sofrimento, e com Ele há de estar, até que seus novos desígnios lhe sejam dados.
Saudades querida, saudades…
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